Ao longo dos últimos anos, youtubers e streamers portugueses têm publicitado, a troco de comissões, sites de apostas ilegais junto dos seus seguidores, incluindo menores de idade e pessoas vulneráveis que se autoexcluíram do jogo online. Promovem um estilo de vida de luxo, mas a maioria daqueles que seguem os seus conselhos financeiros acabam por perder centenas de euros. Em declarações ao Observador, Filipe Mayer, Sócio responsável pela área de jogo online da CCA, comenta o caso do youtuber Numeiro acusado de estar envolvido em esquemas ilícitos que prometia aos seus seguidores “lucro fácil”. É ainda acusado por estes utilizadores de alterar as odds e não emitir faturas estando, por isso, a fugir aos impostos.
“Poderá estar em causa o crime de burla, isto se, a pessoa em questão, com a intenção de obter para si (ou para terceiro) enriquecimento ilegítimo, por meio de erro ou engano sobre factos que astuciosamente provocou, determinar a outras pessoas a atos que lhes causem prejuízo patrimonial”, afirma Filipe Mayer acrescentando ainda que "quem surge no espaço público a sugerir apostas em operadores ilegais mais não está do que a promover o jogo não licenciado, logo, está a praticar um crime".
No que toca a proteger menores de idade e outros grupos de risco, a promoção do jogo tem regras bem apertadas como sublinha o Sócio da CCA, “a promoção do jogo deve privilegiar o aspeto lúdico da atividade, não menosprezando os não jogadores, não apelando a aspetos que prendam com a obtenção fácil de um ganho, não sugerindo sucesso, êxito social ou especiais aptidões por efeito do jogo, nem encorajando práticas excessivas de jogo ou apostas”.