Jorge Machado, Managing Director da CCA Law Firm, em declarações ao Jornal Económico comenta a atual conjuntura e revela as suas previsões para a retoma económica.
"A recuperação económica em 2020 deverá ser residual, uma vez que existem ainda muitas indefinições nos pacotes de ajuda da UE – por exemplo, como e quando estes valores serão injetados na economia -, pelo que acredito que para muitas empresas, este será um ano de sobrevivência e não de recuperação. O Estado tem aqui um papel fulcral na renovação dos programas e medidas de apoio, implementados nas empresas dos sectores mais afetados, como seja o lay-off simplificado ou a injeção na economia dos fundos europeus. O grande desafio será definir a correta aplicação do dinheiro que chegará a Portugal nos próximos anos, nomeadamente garantindo a priorização de sectores onde o seu impacto positivo seja maximizado", afirma o Managing Director da CCA.
Devido aos efeitos da crise provocada pela COVID-19, Jorge Machado prevê "uma redução de entre 5% a 10% nas receitas de 2020"; sublinhando que "existem áreas que acabaram por não sofrer com a pandemia, exemplo disso é o Laboral e o Imobiliário que, devido à burocracia dos programas lançados, foram obrigados a prestar assessoria contínua aos clientes".
Quanto a movimentos de consolidação entre escritórios, o Managing Director da CCA refere que "é possível que esses movimentos de consolidação existam, contudo a acontecerem, não deverá ser exclusivamente devido à atual conjuntura - qualquer empresário/gestor em Portugal está habituado a situações adversas. Acredito que este tipo de movimentos poderá acontecer por outros fatores já existentes no sector jurídico, como a transformação digital ou a mudança de paradigma na forma como os serviços são prestados".